17:41 - 03/10/2011 Luciana Buarque
A greve dos médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) em Alagoas paralisou o atendimento à população em 100 cidades do estado, segundo o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed). Coité do Nóia foi o único município que aceitou a reivindicação da categoria e irá pagar R$ 18 mil a cada um dos três médicos do programa, para que eles cumpram a carga horária de 40 horas semanais.
De acordo com o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, o sindicato foi informado de que a prefeitura da cidade, que tem 10.916 habitantes, pagará R$ 10 mil de salário e os R$ 8 mil restantes como gratificação. Dessa forma, o piso salarial será equiparado ao que determina a Federação Nacional dos Médicos (Fenam). A negociação aconteceu na sexta-feira (30) passada.
“De acordo com a Fenam, para cada 20 horas semanais, o médico deve ganhar R$ 9 mil”, afirma Galvão. “Se os municípios quiserem ter médicos, terão que melhorar as condições de salário”, acrescenta. Nesta terça-feira (4), a categoria se reúne em assembleia, às 19h, na sede do sindicato, para avaliar a paralisação.
Maceió está fora da paralisação porque, segundo o sindicato, o município está honrando os acordos firmados. A capital alagoana já implantou um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) da categoria, segundo a entidade.
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Abrahão Moura, afirma que os municípios não têm condições de pagar o que os médicos exigem. “O problema é de repasse de recursos federais”, explica. “Sabemos que os médicos devem ganhar um salário digno, mas sozinhas as prefeituras não podem arcar com isso”.
Cidades sem nenhum médico
Apesar de terem decidido manter 30% do atendimento, em alguns municípios nenhum profissional compareceu ao trabalho nesta segunda-feira (3). É o caso de Capela, que ficou sem médicos durante todo o dia.
O presidente do Sinmed diz que a entidade está solicitando aos médicos que façam uma escala de trabalho, para que a população não fique completamente desassistida.
Reivindicações
A discussão sobre o reajuste salarial teve início por conta de uma determinação do Ministério Público Federal (MPF), que pede o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais pelos médicos, exigida por lei. A categoria também quer a elaboração de um Plano de Cargos e Carreira (PCC), melhores condições de trabalho e o piso salarial estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
http://tudonahora.uol.com.br/noticia/interior/2011/10/03/157139/coite-do-noia-aceita-negociar-e-pagara-r-18-mil-de-salario-a-medicos-do-psf
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