Uma reunião com 25 médicos de Porto Seguro na quinta -feira 11/11/2010 foi um acontecimento importante na Cidade, que atravessa uma crise administrativa, e com a decisão do Prefeito de fechar unidades de pronto atendimento está causando apreensão na categoria médica e problemas na assistência.Há três semanas atrás por conta da minha viagem à Eunápolis, ao visitar o Hospital Luis Eduardo na Cidade de Porto Seguro, ouvi clamores dos Médicos e principalmente de Rodrigo que é o diretor Médico, falando da sobregarga ao Hospital regional com consequente manifestação por parte dos Médicos em deixar de trabalhar nas referidas condições. Ao propor uma visita dos Presidentes daas Entidades, houve boa acolhida com destaque para a representante do SINDIMED, Sônia Vitoreli e os colegas do Hospital, onde aconteceu a reunião.
Como Jorge Cerqueira não pode ir e Toninho da Abm, apesar de confirmado não foi, Madalena e eu conduzimos a reunião que contou com a presença de quatro representantes da gestão, cujo pronunciamento da chefe de gabinete da Secretaria de Saúde, Juliana, foi bastante tumultuado devido às discordâncias dos colegas. Não tendo como justificar as medidas, por ela própria consideradas intempestivas, alegou que no mês de agosto por ocasião de reunião da CIB em salvador expôs os motivos ao Secretário Jorge Sola, e três dias após os médicos foram informados que a unidade municipal estaria fechada e que os casos de urgência e emergência(200 atendimentos/dia) seriam encaminhados para o Hospital Regional e que os Médicos que atuavam por prestação de serviço estavam dispensados.
Também no Arraial D'Ajuda a unidade de pronto atendimento só teria médico no final de semana e algumas noites durante a semana.
Outra complicador foi a decisão de modificar a remuneração dos Médicos do PSF. Com 38 ESF cadastradas, perfazendo 100% de cobertura, os salários que foram reajustados em até 100% recentemente, em contrapartida foi cortada uma gratificação de cumprimento de metas. Algums médicos com mais tempo não sentiram tanto impacto, porém para outros representou perda de r$ 2.000,00 e é claro que com a mudança aumentou a demanda expontânea.
Alguns Médicos já deixaram a Cidade e o temor é que ocorra debandada geral, principalmente com a chegada da Alta Estação e a ocorrência de uma nova epidemia de dengue.
O Ministério Público já foi notificado e uma audiência Pública na Câmara de Vereadores já está programada para a próxima sext-feira(19/11) o dia todo.
Este contato foi realizado pela Diretora Sônia Vitoreli e deveremos encaminhar por escrito o relatório da visita tanto ao MP local como ao MPE.
No dia 12/11 estivemos visitando o Hospital Municipal(fechado) e funcionando apenas como policlínica especializada, cujos prestadores que são Médicos especialistas se queixaram do atraso de 4 meses no pagamentos dos honorários. Também no local estavam alguns colegas de PSF que foram deslocados dos Bairros populares sob alegação de reformas nas USF.
Visitamos também estas localidades onde em cada uma delas tinha pelo menos a metade das equipes sem Médicos.
Ao visitarmos a Unidade de Arraial D'Ajuda,logo ao chegar, conversei com um jovem que acabava de sair da unidade informando que havia sido atendido e examinado por um Enfermeiro que o Medicou. Em conversa com o funcionário, o mesmo reconheceu que estava errado, mas que cumpria orientação. Ele que já foi Secretário de Saúde do Município em governo anterior lamentava a situação e espera que a nossa visita seja importante para pressionar o Prefeito em rever suas decisões.
Ainda na reunião com os Médicos aprovamos, uma nova reunião para início de dezembro, para continuar o movimento, ficando claro a necessidade da participação de todos na audiência Pública.
O SINDIMED saiu bastante fortalecido e foi feito uma convocação para filiação.
"DOUTOR O REMÉDIO É LUTAR"
José Caires Meira - Presidente do Sindimed
(SINDIMED - SINDICATO DOS MÉDICOS DA BAHIA / CREMEB - CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DA BAHIA)
* Foto: Bahia dia dia - internet
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