UM FIM DE SEMANA NA ROÇA

Neste domingo fui para a roça.

Fui comemorar o aniversário de um novo camarada.

Aniversário de Zé Carlos.

Zé Carlos é quem hoje lidera as bandeiras 1, 2, 3, 4 e todas de lutas dos “taxistas” de Eunápolis.

Respeitado por seus parceiros de profissão, o rapaz é hoje suplente de vereador e poderá em breve estar assumindo sua cadeira na Câmara caso o projeto que amplia o numero de vereadores seja aprovado.

Por sua determinação nessa luta, eu passo a ter simpatia por sua aprovação. Só por ele.

Ele embarca a Brasília na terça e estará lá em corpo e alma assistindo a votação.

Mas o bom da ida ao campo foi ver coisas bonitas que eu gosto.

Vi meninos soltando pipa. Nossa, há quanto tempo não vejo isso. E tinha um braço quebrado, engessado. Lembrou-me meus tempos de menino.

Vi meninos andando de cavalo. Casais cavalgando.

Vi meninos jogando bola.

Caramba...

Vi também árvores enormes de eucalipto avançando em direção e Eunápolis.

Deu medo...

Mas me deu medo mesmo foram as estórias que esse povo da roça conta com muita precisão que parece ser verdade.

Tinha uma que dizia que um menino chamado Ari andava lá pras bandas de Itu em um sábado após uma reunião importante na sexta que andava com um livro
“desaparecido” pedindo que pessoas assinassem um documento que passaria a ser totalmente falso.

De que participaram de uma reunião na cidade que nunca foram.

Na estória falavam de um tal de partido camponês...

Um menino religioso que se prestava a tal...

Me deu mais medo...

Mais medo do que mula sem cabeça...

E mula sem cabeça eu já vi umas duas...

Ou mais...